TEMPO BREVE


A fronteira entre o nosso presente e o nosso futuro é muito breve. Vivemos continuamente em direcção a algo que projectamos e pensamos, mas que vem envolvido continuamente em incertezas e surpresas. Talvez seja esta a nossa condição principal e o saber que, de facto, não vivemos numa estabilidade plena. O que poderá trazer medos, mas também gestos de confiança. Sobretudo estes últimos são os mais importantes.
Estes dias tenho vivido, na comunidade paroquial, uma experiência de confronto com o futuro, na circunstância da morte totalmente inesperada do Paulo Castanheira. Já mais supunha estar a escrever e a meditar, que o fim estaria tão próximo, de alguém que nos era tão próximo na amizade.
S. Paulo, numa das suas cartas, diz que o tempo faz-se breve. Não é só que passe depressa, mas sim que este se recolhe, como as velas de um navio. O momento presente está carregado de todo o cumprimento futuro e, naquilo que hoje somos, está escondido o Mistério do que podemos ser, a nossa energia vital mais preciosa, o Bem que podemos ser já agora no mundo, independentemente do que projectamos.
Estas alturas são toques de eternidade!
Transformam o tempo em qualquer coisa além do tempo, e transformam o espaço em qualquer coisa que vai além do espaço, uma paisagem de sonhos e memórias que dizem quem somos e para quê existimos. Chamados por Deus à vida; Chamados na vida a servir…; Chamados por Deus a juntarmo-nos a Ele.
Acordar cada dia é um compromisso com o limite e o andar além dele, é a esperança que se pode concretizar, o existir em amor que é servir, na simplicidade e no acolhimento.
Fica a Esperança deste acreditar que vence tudo e transforma todas as coisas: «na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dá muito fruto» (Jo. 12,24); Deus que é por nós, saberá tirar o Bem do mal, porque da morte ele dá a Vida.
A seu tempo, o grão germinará...

‘Corpus Cristhi’


Cada vez mais me sinto ‘procurado’, por Deus e por todas as inquietações e buscas do mundo envolvente, em torno do Sacramento da Eucaristia, como sinal de Cristo Sacerdote, no meio dos seus: quer no Sacramento da Reconciliação, quer em tudo o que é animação da fé e da vida espiritual dos cristãos.
Experimentei neste dia do ‘Corpus Cristhi’, intensamente a presença de Cristo Sacerdote Altíssimo no meio do Seu povo e no meio do mundo. Uma presença de oferta generosa ‘Tomai’ e de entrega confiante ‘Fazei’ – que este verbos sejam conjugados em todos os tempos e modos sempre em Tua ‘Memoria’.
Obrigado Senhor, pelo Dom da Eucaristia e pela confiança que depositas nas minhas mãos, através das quais tanto Pão de Deus fazeis, pela acção do Teu Espírito que é Santo.

Eu creio num Deus.
Em ABBÁ, como acreditava Jesus.
Eu creio que o Todo-poderoso,
criador do céu e da terra, é como a minha mãe e posso confiar n’Ele.
Creio-o porque assim o vi em Jesus, que Se sentia Filho.
Eu creio que Abbá não está longe mas próximo, ao lado, dentro de mim.
Creio sentir o seu Alento como uma brisa suave que me anima e me torna mais fácil o meu caminhar.
Creio que Jesus, muito mais que um homem é enviado, mensageiro.
Creio que as suas palavras são palavras de Abbá.
Creio que as suas acções são mensagem de Abbá.
Creio que posso chamar a Jesus a Palavra presente entre nós.
Eu só acredito num Deus, que é Pai, Palavra e Vento, porque creio em Jesus, o Filho, o homem cheio do Espírito de Abbá.
José Enrique Galarreta

Testemunho:

A propósito da visita de Bento XVI a Portugal
Aproveito a visita do Papa Bento XVI a Portugal, para reflectir sobre este tema do entusiasmo, que certamente será um dos sentimentos mais presentes nos fiéis católicos em Portugal, depois destes dias tão marcantes. Entusiasmo tem a sua origem nas palavras gregas en (dentro) theos (Deus), e pode-se traduzir com a ideia de "ter Deus dentro de si". Isto significa aquela força interior que nos acende e nos motiva, que nasce de uma sintonia criada com algum aspecto que nos faça orientar a nossa acção de um modo que nos empenha completamente.
Foi um privilégio, acompanhar de perto alguns dos momentos da visita do Santo Padre, senti a profunda comoção transmitida no rosto de Bento XVI e nos milhares de pessoas que o recebiam. Era uma pura expressão da fé e do desejo de esperança que movia o coração dos portugueses. Isso notava-se claramente. A fé transformou-se numa enorme festa!
O que mais me tocou foi a sua afabilidade e, sobretudo, a profundidade das suas palavras. É impossível não ficar preso às suas palavras do início ao fim dos seus discursos. O Papa deixou ao país e à Igreja portuguesa motivos de sobra para reflectir e sobretudo para inflectir; ou para renovar a forma de ser Cristão no mundo moderno, afirmando: «a nossa fé tem fundamento, mas é preciso que esta fé se torne vida em cada um de nós».
Em ano Sacerdotal, na celebração das oração de vésperas com os sacerdotes, religiosos, seminaristas e diáconos, o Papa convidou-nos ao caminho da fidelidade e nele a sermos livres, «livres para ser santos, livres para ser pobres, castos e obedientes; livres para todos…», referiu dificuldades, consequentes das exigências do ministério sacerdotal, mas sobretudo, apontou caminhos, alicerçados na: «…coragem e confiança, mas o Senhor quer também que saibais unir as vossas forças…», que desafiante convite, para nós padres, a que vivamos em profunda solidariedade, entre nós e com todos os membros do Corpo de Cristo.
É natural que o entusiasmo fosse o sentimento mais central destes dias. Ninguém, mesmo os mais cépticos, terão ficado indiferentes à surpresa desta recepção ao Papa. Especialmente quando, da parte de tantos sectores da sociedade e de alguma comunicação social, se procurava perturbar, desde há vários meses, o ambiente da sua visita, aproveitando a difícil situação que vive a Igreja nestes tempos. Esta situação dos escândalos e da descristianização crescente da Europa produz uma profunda dor, e um sentimento de desânimo, perguntando-nos como será o futuro da Igreja no nosso país e no mundo. Porém, esta visita, trouxe a todos esperança e um convite à purificação e, conversão interior, à qual o Papa se referiu na entrevista que deu no avião a caminho de Portugal.
Deste modo, a conversão que marcou o início da sua visita, não pode estar separada do entusiasmo que marcou o seu fim. Converter-se é orientar o coração para um caminho interior, em direcção à verdade e autenticidade do Amor. Só vivendo profundamente a experiência de saber o que é essencial nas nossas vidas, nos dá a força e o espírito de orientar a vida, em todos os seus aspectos, para concretizar algo grande e bonito, sermos realmente «lugares de beleza». É este o entusiasmo que vivemos nestes dias e que nos desafia a continuar, como cristãos convertidos ao Amor, mais Igreja.
Iniciada sob o signo da Esperança e pretendendo ser uma proposta de sabedoria e de missão, esta visita terminaria sob esse mesmo signo quando ao despedir-se de Portugal, Bento XVI disse: «Continuemos a caminhar na Esperança! Adeus!»

Feliz Páscoa

Já é Páscoa no tempo,
há alegria e esplendor, vivacidade e contentamento.
As flores vão brilhar,
para Te acolher, Senhor.
Há dois mil anos,
removeste a pesada pedra do Teu sepulcro.
Pedimos-Te, Senhor,
que, hoje mesmo,
removas alguma pedra que ainda endureça os nossos corações:
a pedra do pecado, a pedra do egoísmo, a pedra da falsidade,
a pedra da injustiça, do ódio e da violência.
Aqui nos tens, Senhor,
não queremos ser sepultura mas berço.
Queremos que nasças sempre em nós
e queremos renascer sempre para Ti.
Que a Páscoa traga Paz,
Amor, Partilha e Felicidade.
Que os rostos sorriam,
que as mãos se juntem,
que os passos se aproximem,
que os corações se abram.
Obrigado, Senhor,
por morreres por nós.
Obrigado, Senhor,
por ressuscitares para nós.
Voltaste para o Pai e permaneces connosco.
Na Eucaristia, és sempre o Emanuel.
Que Te saibamos receber
e que Te queiramos anunciar.
Que nós nunca Te afastemos da nossa vida.
É Páscoa no tempo.
Que seja Páscoa na vida,
na nossa vida,
na vida da humanidade inteira.

Hoje é dia S. Teotónio - Padroeiro da Diocese de Viseu


Segundo a tradição, S. Teotónio nasceu em Ganfei, concelho de Valença, no Minho, em 1082. Foi confiado aos cuidados de seu tio, Crescêncio, bispo de Coimbra. Em Viseu, foi ordenado presbítero onde foi prior da Sé. Neste cargo, usou de grande influência a favor do infante Afonso Henriques na luta pela independência contra sua mãe D. Teresa. Duas vezes foi a Jerusalém e aí aprendeu o desapego pelas coisas do mundo. Quiseram que ele fosse superior da comunidade dos cónegos regrantes de Santo Agostinho em Jerusalém mas ele recusou, regressando a Portugal


Foi convidado pelo arcebispo de Coimbra a fundar naquela cidade uma nova congregação de frades agostinhos, aquilo que se veio a tornar o mosteiro de Santa Cruz, do qual Teotónio foi eleito primeiro prior. Exerceu as suas funções, dando exemplo grandioso de virtudes, entre as quais sobressaía o sua humildade, austeridade e caridade para com os pobres. Por sua intercessão, o Senhor operava multidão de prodígios. A sua proximidade com D. Afonso Henriques tornou-o conselheiro espiritual do rei e da rainha, exortando-os à prática da caridade para com os vencidos nas batalhas e nos ataques aos castelos. Entre os seus amigos pessoais contava-se S. Bernardo de Claraval.


Em 1152 renunciou ao priorado de Santa Cruz e, em 1153, ao bispado de Coimbra, para que tinha sido convidado pelo Papa. Morreu em 1162 e a sua partida para a casa do Pai foi acompanhada, segundo a tradição, de sinais no céu e de prodigiosos milagres. Foi canonizado um ano após a sua morte.

Viver a Quaresma

Quaresma. Ouvir Deus dizer: “Estou à porta e bato”. Quaresma. Inaugurar caminhos no conhecido e no comum. Escutar o Reino a crescer. Dividir a vida, porque só assim ela se multiplica. Quaresma. Confiar. Unir. 70X7. Aceitar. Cruz e Ressurreição. Olhar para longe. Ir ao encontro dos últimos. Escrever: “nenhum coração é uma ilha”. Quaresma. Escutar mais uma vez. Ter tempo para o outro. Apagar solidões e medos. Fixar-se no extraordinário convite para partilhar o Pão e o Vinho. Começar a conversa difícil com um sorriso. Quaresma. Perdoar. Repartir. Respeitar o ponto de vista do outro. Contar uma história. Enxugar uma lágrima. Encorajar. Quaresma. Celebrar tudo num gesto. Descobrir: a Páscoa é também um modo de ser. De viver. Recordar. Esquecer. Construir. Viver cada dia, este dia como se a vida inteira o tivéssemos esperado. Quaresma. E a Páscoa tão perto.

José Tolentino Mendonça

Viagem no deserto


viagem no deserto


abre-nos, Deus, a porta
através das águas
para a grande viagem no deserto:
o combate com a morte no campo da vida,
a travessia dos limites, a nebulosa dos olhos
não se ensurdeça o nosso coração
porque a luta noctuma com o teu Nome
nos deixou no corpo marcas
dá-nos a graça de atravessar o riacho da vida
mesmo coxeando;
que caminhemos com a ligeireza
e a elegância do animal
que busca o esplendor do verdadeiro
nas coisas provisórias
e que desse combate com as imagens
nos aproximemos do horizonte da tua casa
donde vejamos as sementes do amor cobrindo a eira,
Deus que ligas o céu e a terra no teu Filho Jesus
e no Espírito


José Augusto Mourão

Cinza quaresmal


Decálogo do sinal quaresmal da cinza

1 – Este sinal expressa o reconhecimento da nossa condição humana, tão limitada e corruptível. Uma das fórmulas que o sacerdote utiliza ao impor as cinzas sobre a cabeça dos fiéis é esta: “Lembra-te que és pó e que em pó te hás-de tornar”. A cinza recorda a nossa fraqueza, mas também é sinal da possibilidade de ressurgir.
2 – A cinza simboliza a árvore queimada. Foi precisamente numa árvore, a árvore da cruz, onde Jesus foi crucificado. Evoca a cruz e antecipa também a Pascoa. A árvore da cruz é a árvore da vida.
3 – A cinza convida-nos à humildade, à austeridade. Alerta-nos sobre o orgulho e a prepotência. O que há de mais pobre e insignificante do que a cinza!
4 – A cinza interpela-nos a centrar o fundamento da nossa existência em Jesus Cristo. Só Ele nos pode libertar da destruição, da corrupção e da morte. Cristo é o verdadeiro e único remédio de imortalidade e eternidade.
5 – A cinza é símbolo de conversão. Por isso, no rito da imposição das cinzas, a fórmula mais utilizada é esta: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.

Assim, podemos afirmar que a cinza que Deus quer, ou seja, que a cinza cristã é:

1 – Que não te envaideças: os talentos que recebeste são para servir.
2 – Não te consideres dono de nada: és somente um humilde servidor.
3 – Aprecia o valor das coisas simples e humildes, os pequenos gestos de todos os dias.
4 – Vive o momento presente em compromisso e esperança, vislumbrando nas actividades diárias o rosto da eternidade.
5 – Não tenhas um medo excessivo do sofrimento, da dor, da destruição, da morte. A cinza surge de uma árvore e para os cristãos essa árvore não é outra que a árvore da cruz de Jesus Cristo, a árvore da Vida eterna.

começo (d)a QUARESMA

Senhor,

aceita a oferta do meu pobre ser

neste início do santo tempo da Quaresma.

Que eu Te acolha,

que eu Te ame,

que eu me aproxime de Ti

e dos irmãos.

Que a minha oração aumente.

Que o meu jejum se intensifique.

Que a minha partilha alargue e envolva.

Senhor, santifica este tempo.

Emoldura-o com a unção que vem de Ti.

Que as palavras sejam de paz e de amor.

Santa Quaresma

DIA MUNDIAL DO DOENTE

Não posso esquecer, neste dia de Nossa Senhora de Lourdes, quem é acometido pelo mistério da dor, pelo mistério do sofrimento.
Penso na dor física, na dor moral, na injustiça.
Penso nas vítimas da calúnia, da difamação, da inveja, da intriga malsã, da insinuação torpe.
Estou com todos.
Rezo por todos.
Não esqueço também tanta gente que, de perto ou de longe, me pede oração.
A minha oração é pobre, muito pobre.
Mas ofereço-a com a melhor vontade.

Hoje o meu amigo Pe. Pedro

Como sempre, ajudou-me a reflectir, que:

Sem dúvida a vocação é um dom de Deus e nenhuma acção humana pode substituir a acção do Seu Espírito. No entanto, as vocações não são só um “problema” da Providência divina. Se cada um de nós edifica o Corpo apostólico da Igreja então, o “problema” também é nosso, ou seja, é também teu.

Face à falta de recursos humanos e às dificuldade apostólicas Deus tem sido generoso com as vocações que tem enviado à diocese de Viseu. E nós, que temos feito? Pode Deus servir-se de nós para chamar outros?

Urge:
- Aumentar a consciência de que todos somos promotores vocacionais
- Fazer crescer em cada um o desejo de construirmos unidos o futuro da Igreja
- Ir trabalhando generosamente como se ela dependesse de nós

Oh meu Deus Trindade que eu ADORO

Adoro o Amor vivo de Deus e creio que pela união ao potente olhar infinito posso espalhar no mundo a sua paz libertadora. Daí a minha realização no sim ao Amor eterno e escondido que quer a salvação de todos os homens, oferecendo-me, com Jesus ao Pai, para que a humanidade chegue à felicidade do Bem.

obrigado: meu DEUS

QUEM SE OFERECE A DEUS,
OFERECE O SEU NADA E
ENCONTRA TUDO...

LOUVADO SEJAS

Meu Deus, meu Senhor, meu Mestre
Meu TUDO...

Dr. Fernando Nobre - III Congresso Nacional de Economistas


"Temos 40% de pobres"

O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou hoje a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir.... algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.

O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável! Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".

P/ fazer da vida uma oração


DIA DE S. JOÃO DE BRITO - A Grandeza do seu Testemunho


( 1647 - 1693 )
Filho de Salvador de Brito Pereira, de Vila Viçosa, trincheiro-mor do senhor D. João IV, e de Dona Brites de Portalegre, nasceu João de Brito, em Lisboa, na calçada de S. André (Costa do Castelo), no primeiro de Março de 1647. De ascendência fidalga, deste menino cujo seu destino natural era ser pagem na Corte. O país vivia então uma prolongada guerra com Espanha, em resultado da restauração da Independência (1640). João de Brito já entrado na adolescência, é vítima de uma grave enfermidade. A sua cura marcou uma viragem na sua vida, dado que para dar cumprimento à promessa de sua mãe, teve que vestir o hábito de S.Francisco Xavier.
No ano que sobe ao trono D. Afonso VI, 1662, a 17 de Dezembro, entra no noviciado da Companhia de Jesus em Lisboa. Faz estudos em Évora e Coimbra, será professor no Colégio de Santo Antão, em Lisboa, mas o sonho dele é a Índia. No ano de 1668, pede ao Superior Geral que o deixe ser missionário. Entretanto, passam os anos, consolida-se a vocação, ordenado sacerdote (1673) e recebe com alegria o mandato de partir as missões da Índia, não obstante a intervenção do núncio apostólico, solicitado por influências da Corte movidas a rogos de sua mãe. Partiu a 25 de Março de 1673 numa expedição em que vão 27 jesuítas (16 portugueses, 1 romeno, 1 italiano, 1 siciliano, 1 de Trento, 1 saboiano, 1 inglês, 2 belgas e 1 bávaro), sendo capitão-mór Rodrigo da Costa. Uns destinam-se à China, outros como João à India.
No ano de 1674, desembarca em Goa, a grande capital do Oriente. Logo vai fazer visita ao túmulo de S. Francisco Xavier. A missionação na Índia como é sabido pode caracterizar-se em várias fases: a 1ª (de 1498 a 1542) é marcada pela actividade dos franciscanos e dominicanos. A 2ª. corresponde à estadia de S. Francisco Xavier, durante uns 6 a 7 anos, antes de partir para o Japão. Xavier limitou-se à costa marítima, passando ao lado da civilização hindú. A 3ª. fase é marcada pela chegada de novas Ordens e congregações religiosas, mas em que pouco se altera a postura anterior. A 4ª fase, os missionários, como João de Brito, adoptam um modo de viver, vestir e de comer dos "pandarás-suamis", género de penitentes aceites por todas as castas da Índia. Com este novo método os missionários aumentam a sua aceitação.
Em Abril de 1674 entrou na missão do Maduré, na qual abraçou a vida austera e penitente dos pandarás-suamis, a fim de evitar a repugnância dos indianos cultos pelos missionários associados à conversão dos párias, a casta mais desprezada da Índia que tornava imundos os que com eles contactavam. A sua figura é emblemática do novo método de evangelização seguido na Índia pelos missionários. Na mão segura uma cana de bambú, veste roupão cor de almagre, calça palmilhas de madeira.
Em doze anos de apostolado governou a residência de Colei, passou aos reinos de Ginja e de Travancor, atravessou a pé, e muitas vezes descalço, o continente Índico e percorreu a costa da Pescaria e de Travancor e esteve muitas vezes a ponto de perder a vida.
Em 1685, seria nomeado superior da missão de Maduré. Esperam-no tribulações e sacrifícios. No território de Muravá, é sujeito ao suplicio da água e açoites. O régulo interdita-o de aí pregar. Em 1686 desencadeou-se violenta perseguição no Maravá. Correndo a apoiar os cristãos, foi preso pelo chefe das milícias do reino, que o sujeitou enormes torturas e o condena a ser empalado. Mas era precisa confirmação desta sentença pelo soberano, a cuja presença João de Brito foi levado. Porém o rei, depois de o sujeitar a interrogatório sobre a doutrina que pregava, restituiu-o à liberdade, impondo-lhe que não voltasse a entrar no Maravá.
Partiu para o Malabar, cujo provincial o mandou como procurador à Europa, a fim de em Lisboa e em Roma informar o que se passava nas missões . Chegou a Lisboa a 8 de Setembro de 1687. O novo rei Pedro II, por motivos políticos não autorizou a viagem a Roma. João de Brito percorre então as principais casas dos jesuítas em Portugal procurando reunir apoios para a missão no Oriente.
Ultrapassando todos os obstáculos volta a partir para a Índia a 8 de Abril de 1690 com 25 novos missionários, sendo 14 portugueses. Entrou em Goa a 2 de Novembro. É nomeado visitador do Maravá e aí trabalha cerca de ano e meio. Os convertidos ao catolicismo atingem os oito mil. Entre eles contava-se um príncipe da casa real, baptizado a 6 de Janeiro de 1693.
Corre célere a fama do Apóstolo do Malabar, Não lhe esmorece o entusiasmo. Os poderosos locais olham-no com desconfiança. A condenação não tardou. Bastou que João de Brito que tivesse ido outra vez à terra de Maravá para que o governador Ranganadevem o acusasse de desobediência e o condenasse à morte . O martírio chegou no alto do monte sobranceiro ao rio Pamparru, à vista de Urgur. Decapitado foi em Fevereiro de 1693. O cadáver é amputado de pés e mãos, sendo os despojos dados às feras e aos abutres. Os cristãos puderam ainda recolher o crânio e alguns ossos. O cutelo da execução obteve-se do verdugo mediante grossa soma de dinheiro. Contido numa bainha de filigrana de prata foi trazido para Lisboa e oferecido a D. Pedro II, que o confiou à guarda da Companhia de Jesus, no Colégio de Santo Antão. O local do martírio começou logo a ser venerado pelos cristãos.
Séculos mais tarde coube ao Papa Pio XII canonizar o santo missionário português, assinando de modo sublime na história da Igreja urna página de gesta heróica. A canonização realizou-se a 22 de Junho de 1947. Na audiência concedida, no dia seguinte, à peregrinação portuguesa que assistiu à canonização, Pio XII evocou as legiões de missionários portugueses.

REZAR

É AMAR...
(stª. Teresinha do Menino Jesus

Oração Sacerdotal

Cristo Sumo e Eterno Sacerdote
Bom Pastor
Guia fiel
Caminho, Verdade e Vida...
Ajuda-me na resposta ao teu chamamento
torna-me docil à tua Palavra
Solicito e ardente na prática da Caridade

Viseu encaminha renúncia quaresmal para o Haiti


A diocese de Viseu antecipou a decisão sobre o destino a dar ao produto da renúncia quaresmal deste ano, que irá beneficiar a população do Haiti. Decisão semelhante já tinha sido tomada pelo Bispo do Algarve.
“Diante da tragédia que atingiu os haitianos, considerou que seria bom destinar-lhes o produto da renúncia quaresmal para socorro das suas imensas necessidades, às quais a Igreja procura dar resposta”, indica o site oficial da Diocese.
A renúncia quaresmal é uma prática habitual na Igreja Católica durante o período que serve de preparação para a Páscoa. Os fiéis são chamados a abdicar de alguns dos seus bens em favor das populações mais desfavorecidas e a entregar esse montante à sua Diocese, que o encaminha para um projecto à sua escolha.
A Diocese de Viseu informa ainda que, através da Cáritas nacional, já foram antecipadamente enviados 20 mil euros. “Espera-se que tal verba possa vir a ser ultrapassada, na generosidade dos crentes que, sentindo-se solidários com os que sofrem, partilham também o que têm, para que não falte aos necessitados o mínimo indispensável à sua dignidade humana”, refere o comunicado diocesano.
A Campanha “Cáritas Ajuda Haiti” contabiliza donativos no valor de 800.602,82 Euros, valor a aplicar nas acções de emergência e reconstrução a favor das vítimas do sismo do passado dia 12 de Janeiro.
A Cáritas do Haiti, através de um financiamento da sua congénere portuguesa, adquiriu 272 tendas para 1100 pessoas. Este investimento corresponde a 100 mil euros, proveniente da referida campanha e insere-se no programa de emergência da Cáritas Haitiana, assinala a organização católica, na sua página oficial.

Formação do Clero

Foram dias para estar em presbitério, fazer a experiência efectiva de pertença a esta família, dos irmãos no sacerdócio ministerial da diocese. Louvo a organização do Secretariado Diocesano do Clero, a escolha do tema (O sacerdote na cultura actual) a reflexão de fundo deixada pelo Sr. Dom Juan Uriarte (bispo imérito de San Sebastian - Espanha) que reflectiu a actualidade com profundidade e convidou a inflectir no que concerne à vivência feliz e comprometida do nosso ministério. De lamentar só mesmo as ausências, que são sempre desafiantes.

Portico


Vou abrir e entrar por uma nova porta,
um portal que dá acesso ao ciber-espaço,
um dos areópagos deste tempo...
entro por aqui para ir ao encontro de Deus,
que sempre está onde se encontra a pessoa humana.
Que esta pobre iniciativa permita,
experimentar o dinamismo divino,
da comunhão...